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O que é gestão: conceito, fundamentos e aplicação em clínicas médicas

Vamos explorar o que é gestão, abordando o conceito de forma ampla, detalhada e contextualizada à realidade de clínicas médicas, com base em importantes pensadores, como Peter Drucker, Henry Fayol, Henry Mintzberg e Simon Sinek.  

O que é gestão? Uma visão clássica 

A gestão, em sua essência, é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos de maneira eficiente e eficaz para atingir os objetivos de uma organização 

Para o Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, a gestão é fundamental para fazer as coisas acontecerem. Segundo ele, a gestão não se limita a supervisionar o trabalho de outros, mas está ligada à capacidade de se concretizarem os resultados desejados. 

Drucker acredita que a função do gestor vai além da mera supervisão. Ele vê o gestor como alguém que deve criar condições para que os outros desempenhem suas tarefas com eficiência, alinhando os objetivos individuais às metas organizacionais. 

O trabalho do gestor, de acordo com Drucker, envolve também a tomada de decisões estratégicas, como a definição de metas claras e a identificação de oportunidades de melhoria contínua.  

Portanto, no contexto das clínicas médicas, a gestão é uma combinação de ação prática e visão estratégica, de modo que a clínica opere com eficácia, atendendo às necessidades dos pacientes e alcançando seus objetivos financeiros. 

Princípios fundamentais de gestão  

Henry Fayol, um dos pioneiros da teoria administrativa, propôs 14 princípios fundamentais de gestão que até hoje são referência para administradores em diversas áreas. Esses princípios visam organizar e otimizar a gestão de recursos dentro das empresas, inclusive clínicas médicas: 

1. Divisão do trabalho: a especialização de funções permite que cada colaborador se concentre em uma área específica 

2. Autoridade e responsabilidade: respectivamente, a capacidade de dar ordens e esperar que sejam cumpridas; dever de realizar as tarefas  

3. Disciplina: relacionada à obediência, respeito e cumprimento das normas e políticas organizacionais 

4. Unidade de comando: cada funcionário deve receber ordens de apenas um superior, evitando conflitos e confusões 

5. Unidade de direção: atividades devem estar alinhadas com um único objetivo comum 

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: a satisfação de necessidades individuais não deve prejudicar o objetivo da organização  

7. Remuneração: compensação justa para manter a motivação da equipe 

8. Centralização: nível em que as decisões são tomadas dentro da organização 

9. Hierarquia: cadeia clara de comando, ajudando a organizar as responsabilidades dentro da empresa 

10. Ordem: manter a ordem no local de trabalho para a eficiência 

11. Equidade: tratar todos com justiça e respeito 

12. Estabilidade do pessoal: rotatividade mínima de funcionários para a estabilidade organizacional 

13. Iniciativa: encorajar a iniciativa e a inovação da equipe para o sucesso da organização 

14. Espírito de equipe: ênfase ao trabalho em equipe 

Papéis do gestor 

Henry Mintzberg, renomado autor e teórico da administração, oferece uma perspectiva contemporânea sobre a gestão, destacando que o trabalho de um gestor vai além das tarefas operacionais e da supervisão dos recursos.  

Mintzberg identifica dez papéis que um gestor desempenha, os quais agrupa em 3 categorias principais: papéis interpessoais, informacionais e decisionais. Essa classificação ajuda a entender melhor a complexidade do papel do gestor, que, no caso das clínicas médicas, é essencial para o sucesso organizacional e a qualidade do atendimento ao paciente. 

Papéis interpessoais 

1. Figura simbólica: o gestor exerce a função simbólica ao representar a organização em diversas situações 

2. Líder: o gestor é responsável por motivar e engajar a equipe 

3. Líder de rede: capacidade de construir e manter uma rede de contatos dentro e fora da clínica 

Papéis informacionais 

1. Monitor: o gestor deve coletar informações relevantes sobre desempenho da clínica, ambiente externo e necessidades dos pacientes 

2. Disseminador: após coletar as informações, o gestor tem a responsabilidade de compartilhá-las com a equipe 

3. Porta-voz: o gestor também atua como porta-voz, comunicando-se com partes externas sobre as atividades da clínica 

Papéis decisionais 

1. Empreendedor: o gestor deve ser capaz de identificar oportunidades de inovação e mudanças que tragam melhorias 

2. Resolvedor de conflitos: o gestor deve estar preparado para intervir e resolver essas situações de maneira justa  

3. Distribuidor de recursos: o gestor deve priorizar a distribuição desses recursos para maximizar o atendimento e a qualidade dos serviços  

4. Negociador: o gestor atua como negociador, seja com fornecedores, seja com pacientes  

A gestão humana e o papel inspirador do líder 

Simon Sinek, autor de “Comece pelo porquê”, destaca a importância de o líder inspirar sua equipe a entender o propósito maior de seu trabalho. Em vez de só gerenciar tarefas, o líder deve ajudar os colaboradores a perceberem como seu trabalho impacta positivamente o paciente e a comunidade.  

Para Sinek, a verdadeira liderança começa com clareza sobre o “porquê” – a razão pela qual a organização existe. 

Em uma clínica médica, o “porquê” extrapola a oferta de serviços de saúde, mas está na missão de proporcionar cuidado de qualidade, melhorar a vida dos pacientes e criar um ambiente de trabalho positivo para a equipe. Quando esse propósito é compartilhado, os membros da equipe se conectam emocionalmente com a clínica e se tornam mais engajados. 

Sinek também destaca que o líder deve ser um modelo de comportamento para sua equipe. Isso significa agir com ética, empatia e respeito, o que inspira os colaboradores a fazer o mesmo. Por fim, ele acredita que uma liderança eficaz deve focar no crescimento sustentável, tanto da organização quanto das pessoas.  

A abordagem de Sinek mostra que, ao inspirar a equipe e fornecer um propósito claro, o líder pode criar um ambiente motivador e engajado, fundamental para o sucesso de uma clínica médica. 

Como a gestão estratégica transforma clínicas médicas 

A gestão de clínicas médicas engloba a administração das tarefas diárias, como agendamentos, atendimentos e controle de estoques, bem como uma visão estratégica que orienta as decisões e promove o crescimento sustentável da clínica.  

Assim como qualquer outra organização, uma clínica médica precisa de um planejamento estratégico bem definido para alcançar o sucesso. O gestor da clínica deve ser capaz de visualizar o futuro da organização e tomar decisões que alinhem as operações diárias aos objetivos de longo prazo.  

A gestão estratégica também é fundamental para promover inovação na clínica, com adoção de novas tecnologias, processos e tratamentos que melhorem atendimento e a experiência do paciente. Com uma estratégia clara, o gestor pode alinhar sua equipe para a implementação de mudanças que tragam benefícios tanto para os pacientes quanto para os colaboradores.  

A compreensão e aplicação do conceito de gestão, seus fundamentos e diferentes visões é um fator-chave para o sucesso da sua clínica médica. Então, do operacional ao estratégico, a gestão contribui para negócios prósperos, que beneficiam pacientes, colaboradores e a organização como um todo.

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